A crosta (continental e oceânica) e uma parte do manto
superior formam uma camada rígida, a litosfera
(do grego lithos = pedra), com cerca de 100 km de espessura.
Abaixo da litosfera há uma porção do manto
onde o material está em estado “plástico”, chamado astenosfera (do grego asthenes = fraco).
Embora o manto comporte-se como um sólido,
suas rochas são deformáveis e, na astenosfera, estão em lento e contínuo
movimento formando as correntes de convecção. Não significa, contudo, que as
rochas da astenosfera estejam fundidas. Submetida a pressão e calor intensos, a
rocha do manto não se liquefaz, mas se torna algo maleável semelhante ao
asfalto que se deforma com o peso.
A litosfera é seccionada em várias partes
constituindo um verdadeiro quebra-cabeça que circunda toda a Terra. Cada parte
deste quebra-cabeça é chamada de placa litosférica ou placa tectônica e mantém,
entre as partes, um movimento relativo da ordem de poucos centímetros por ano.
Esse movimento lento é capaz, entretanto, de ao longo de centenas de milhares
de anos, causar a deformação de cadeias de montanhas, o surgimento de oceanos
onde antes havia apenas continente ou de juntar continentes antes separados por
milhares de quilômetros de distância.
Sobre a astenosfera as placas podem deslizar
como jangadas carregadas pelas correntes do mar. Os movimentos de convecção do
manto imprimem forças à litosfera rígida causando falhamentos, terremotos e
movimentação de placas.
São reconhecidos três tipos de movimento nos
limites entre placas: divergente, convergente e deslizamento lateral.
a) Movimento divergente (< >): Quando as placas litosféricas se afastam, nova crosta
oceânica é criada e a região é denominada de zona de acreção. Nela ocorre
intenso vulcanismo do tipo basáltico, e terremotos associados ao deslocamento
das placas e do magma. Esses processos, contudo não representam risco ao homem
já que ocorrem no interior das massas oceânicas, não habitadas. Um exemplo
desse processo é o afastamento das placas Sul-Americana e Africana. Nesta zona
de acreção é formada a dorsal Meso-Atlântica. Essa cadeia Meso-oceânica, e
outras, são faixas de emergência das correntes de convecção. Ali a corrente
bifurca-se, um ramo dirigindo-se para leste e outro para oeste, e pressiona a
base da placa em sentidos opostos, provocando a separação das placas. A
descompressão pela abertura da fenda central gera fusão na base da placa o que se
traduz pelo vulcanismo responsável pela contínua formação da crosta oceânica.
b) Movimento convergente (> <): Quando as placas se convergem, ocorre o choque entre
elas. O resultado do processo irá depender do tipo de crosta que se choca.
b.1) Placa de crosta continental com placa de
crosta continental: desenvolve-se intensa deformação das rochas, espessamento
da crosta, intenso metamorfismo das rochas, terremotos e formação de cadeias de
montanhas. Ex.: Formação da Cordilheira do Himalaia (placa Indiana com placa
Asiática).
b.2) Placa de crosta oceânica com placa de
crosta continental: a placa oceânica mergulha para o interior sofrendo refusão
em profundidade. Diz-se que o processo é de consumação da crosta oceânica,
formando uma zona de subducção. Ocorre intensa atividade sísmica, vulcanismo,
deformação das rochas, metamorfismo, formação de cadeias de montanhas na borda
da placa continental e fossa profunda na zona de subducção. Ex.: Formação da
Cordilheira dos Andes (placa de Nazca com a placa Sul-Americana).
b.3) Placa de crosta oceânica com placa de
crosta oceânica: uma delas sofre subducção, mergulhando sob a outra. Da mesma
forma que na subducção da placa de Nazca, ocorrem vulcanismo e terremoto de
grande intensidade e poder de destruição. Esse tipo pode ser exemplificado com
o Japão e toda a área de choque da placa do Pacífico com a placa Eurasiana.
Aqui a atividade sísmica e o vulcanismo são tão intensos que a região é
conhecida como Cinturão de Fogo do Pacífico.
c) Movimento de deslizamento de uma placa em
relação à outra: gera falhas extensas como a de San Andreas, na
Califórnia.
Bibliografia:
FANTINEL,
Lúcia Maria. Fundamentos de Geologia. Depto Geologia UFMG. 1998. Adaptação:
Profª Edna
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